27 Dezembro, 2008
"A Arte da Alegria" de Goliarda Sapienza, Ed. Dom Quixote.
Começei a ler este livro extraordinário, o que significa, nesta época de grande agitação familiar, a leitura pela noite dentro até já não conseguir ver as letras. E, mesmo assim, só cheguei á página 147 o que quer dizer que me faltam mais umas 400. E vou tirando notas.
Não tenho pressa.
A autora morreu em 1996 e este romance autobiográfico foi publicado postumamente. Trata a história de Modesta, uma mulher de grande coragem, sapiência e determinação. Até onde eu li, passa-se na Sicília e acompanha as alterações sociais e políticas na Itália, desde 1900. A narrativa é encantatória, sensual e erótica, misturando géneros, atravessado o tempo. Não posso dizer mais, por agora.
Aqui fica uma citação, a qual, embora, não tenha a ver propriamente com a história, nos interessa, a nós, leitoras e leitores. É sobre as palavras e tem a ver com o caminho da personagem principal à medida que se vai libertando do peso da pobreza, da família, da religião, das convenções, da castidade imposta, etc...:
" O que (eu, Modesta) precisava de fazer era estudar as palavras exactamente como se estudam as plantas, os animais... E depois limpá-las do bolor, libertá-las das incrustações de séculos de tradição, inventar umas quantas novas e sobretudo evitar, para não voltar a servir-me delas, as que o uso quotidiano emprega com mais frequência, as mais podres, tal como: sublime, dever, tradição, abnegação, humildade, alma, pudor, coração, hroísmo, sentimento, piedade, sacrifício, abnegação."
Sem comentários:
Enviar um comentário