Se é verdade que não escrevo aqui uns dias, isso não quer dizer que tenha abrandado as leituras. Acabei "Roubo. Uma História de Amor", Edição Dom Quixote, de Peter Carey ( o tal australiano que partilha somente com J. M. Coetzee a façanha de ter ganho dois Booker Prize) e escrevi o texto correspondente para o Público. Recebi o novo New York Review of Books, leitura lenta e que me dá grande prazer, principalmente nestas tardes de calor. (Atenção ao texto de Julian Barnes sobre John Updike, para quem quiser tentar aceder ao site da revista.) E recebi o último número da Granta, uma edição especial de "nova ficção " - e não só. Também é para ler devagar e com um certo método. Os textos são todos tão bons que é difícil escolher. Sou fã da Granta desde o primeiro número sob a direcção de Bill Buford que, em 1979, tomou as rédeas desta quase moribunda publicação universitária e a transformou no LUGAR para todas as informações sobre o que andam a fazer os escritores nesse vasto universo da Língua Inglesa. Lembram-se que, logo no primeiro número, Buford apresentou os novos talentos americanos, o que fez levantar algumas sobrancelhas britânicas mas resultou num sucesso absoluto com edições posteriores a aproximar os dois lados do Atlântico? Não é possível esquecer tão pouco - e eu assino a Granta desde o princípio - "The End of the English Novel" (Granta 3), "Dirty Realism" (Granta 8) e, de dez em dez anos, números dedicados a "Best of Young British Novelists" e "Best of Young American Novelists". Nem vale a pena nomear os Amis, Auters, Barnes, Carvers, Munros, McInerneys que por lá têm passado. Para não falar de fotógrafos, poetas, etc.
Neste número, o 106, leiam-se textos de John Banville, Eleanor Catton, Ha Jin, Helen Simpson, uma entrevista feita por Jhumpa Lahiri à contista Mavis Gallant, William Pierce, Chris Ware, Adam Thirlwell, Amy Bloom e Paul Auster bem como um poema de Fanny Howe.
O melhor dos melhores.
São quatro números por ano que valem cada letra impressa.
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