A Luisa mandou-me a seguinte mensagem cujo conteúdo publico com a sua permissão.
Aqui vai:
Este livro da Marguerite Duras, SIM, com o maior prazer o li e reli, o nosso passado colonial, o igual sofrimento dos pequenos colonos, que a grande maré da descolonização injustamente deixou nestas praias ocidentais. O mal sempre recorrente, a injustiça exercida sobre os inocentes e os miseráveis, a Natureza implacável e selvagem ... e no entanto fonte de riqueza para uns, mortífera para outros, seiva ... e sangue dos oprimidos. A feroz lei da sobrevivência que leva a jovem mãe a entregar a criança e partir, o pé roído símbolo do mal que insidiosamente tudo corrompe, como a melopeia da mulher andrajosa e louca do o “vice-cônsul“...A escrita depurada de ornamentos denuncia essa «coisa» monstruosa que a todos gangrena; ela é a «barragem» contra o «pacifique», ironia da palavra que denota o seu contrário... Frágil barreira erguida e logo destruída, não só pela força da maré viva mas pelo trabalho de sapa dos caranguejos anões - preciosa imagem da nossa cumplicidade cobarde...A grande figura do Feminino arcaico, aquela mãe voluntariosa que só desiste da vida quando o filho parte, ele que afinal é o que guarda a carta (súmula de todas as que foi escrevendo), tremendo libelo acusatório, ela que sabe a força e a fraqueza da escrita, ela que diz que prefere os filhos mortos a que não saibam ESCREVER, o que aqui significa denunciar a falha, o campo do ... afinal inominável.
1 comentário:
bem, vejo que por aqui se idolatra a Duras. eheh
Enviar um comentário