"Confissões ao Luar" da americana Alice Hoffman é um daqueles casos em que a capa e o título são perfeitamente desastrosos e repelem, em vez de atrair. Se não fosse eu já conhecer a autora de outras obras, não teria pegado neste. E afinal é um romance muito interessante, forte e pungente. É um drama familiar, uma fábula sobre os efeitos da paixão e sobre as forças negativas de personalidades irreconciliáveis. É sobre o amor e o ódio entre pessoas da mesma família - disfuncional, complexa - e sobre a fantasia da infância e adolescência, sobre as desilusões na idade adulta e como lidar (ou não) com elas. É realista, brutal e, ao mesmo tempo, estranhamente poético. A casa de vidro que habitam é uma metáfora sobre a fragilidade da vida, o orgulho e o fosso que existe entre as fantasias e a vida de todos os dias. Um livro que aconselho.
Alice Hoffman, que nasceu em 1952, é também autora de livros para crianças e adolescentes. mesmo aqui, um livro para adultos, ela mostra que está familiarizada com o universo da infância e dos teenagers principalmente no que diz respeito às dificuldades no crescimento e o confronto com dramas inultrapassáveis. Hoffman tem, também, a particularidade de introduzir cenas oníricas - chamam-lhe realismo mágico mas não gosto dessa classificação - e de tratar o tema de ralações amorosas que não são as mais convencionais, no género "romance".
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