sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

E ontem fui ao Teatro. Estreia de "Azul Longe nas Colinas" de Dennis Potter. Na Sala Estúdio do TNDM II.

E ontem fui ao Teatro. Estreia de "Azul Longe nas Colinas" de Dennis Potter. Na Sala Estúdio do TNDM II.

Um texto cuja temática me fez lembrar "O Deus das Moscas" de William Golding e me pareceu "datado" e cheio de clichés. Mas o que importa MESMO é o trabalho dos ACTORES e a encenação de Beatriz BATARDA - esta, irrepreensível, rigorosa, exigente, bem trabalhada, apaixonante. Quanto aos ACTORES, dão tudo por tudo numa entrega arrepiante. Corpo-a-corpo muito físico, extenuante, num difícil balanço entre o muito intenso e o registo histérico. Ontem foram BRILHANTES. São todos magníficos mas gostaria de destacar Albano Jerónimo, cheio de testosterona ("creepy"), Luisa Cruz à la Meryl Streep – a fazer tudo o que lhe pediram e muito mais, com subtilezas deslumbrantes - e Bruno Nogueira, trágico e tão comovente. Falo de Bruno Nogueira porque, no final, ouvi no átrio comentários pouco simpáticos a seu respeito - como se pelo facto de ele ser essencialmente um actor cómico não tivesse "direito" a este papel. "Que ele tem sempre o mesmo registo!” ouvi dizer a almas caridosas. Pois eu não acho nada. Não o conheço, só o vi nos Contemporâneos mas fiquei pregada aquele corpo demasiado esguio - aquelas pernas que nunca mais acabam, altas demais - preso de tristezas e de fantasmas. Um espectáculo hipnotizante com música de Bernardo Sassetti.

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