
Um texto cuja temática me fez lembrar "O Deus das Moscas" de William Golding e me pareceu "datado" e cheio de clichés. Mas o que importa MESMO é o trabalho dos ACTORES e a encenação de Beatriz BATARDA - esta, irrepreensível, rigorosa, exigente, bem trabalhada, apaixonante. Quanto aos ACTORES, dão tudo por tudo numa entrega arrepiante. Corpo-a-corpo muito físico, extenuante, num difícil balanço entre o muito intenso e o registo histérico. Ontem foram BRILHANTES. São todos magníficos mas gostaria de destacar Albano Jerónimo, cheio de testosterona ("creepy"), Luisa Cruz à la Meryl Streep – a fazer tudo o que lhe pediram e muito mais, com subtilezas deslumbrantes - e Bruno Nogueira, trágico e tão comovente. Falo de Bruno Nogueira porque, no final, ouvi no átrio comentários pouco simpáticos a seu respeito - como se pelo facto de ele ser essencialmente um actor cómico não tivesse "direito" a este papel. "Que ele tem sempre o mesmo registo!” ouvi dizer a almas caridosas. Pois eu não acho nada. Não o conheço, só o vi nos Contemporâneos mas fiquei pregada aquele corpo demasiado esguio - aquelas pernas que nunca mais acabam, altas demais - preso de tristezas e de fantasmas. Um espectáculo hipnotizante com música de Bernardo Sassetti.
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