terça-feira, 28 de abril de 2009

O Criador de Letras


Recebi, de um companheiro das artes da Literatura e do Jornalismo, Pedro Foyos, um interessante livro que nos remete para um tempo recuado - mais de 3 mil anos atrás - e para um lugar a que se chamou Fenícia. Aí, o Rei confia ao seu Mestre-Escriba uma tarefa ciclópica: a de criar um alfabeto. Numa época de grandes confrontos religiosos, políticos, económicos e sociais a pressão sobre o Escriba é imensa. O Rei tem pressa porque uma tal descoberta poderá consolidar o seu poder. O Escriba, sábio e experiente, já entrado nos anos, compreende a imensidão da sua empreitada. É um livro denso e complexo com uma linguagem poética e encantatória que remete o leitor para uma época longínqua e palpitante. Foyos, como bom jornalista que é, consegue transmitir na perfeição o ambiente e os acontecimentos, dando a "ver" ao leitor o quotidiano de um universo em plena revolução.
(Sim, porque a invenção da escrita fonética poderá ser considerada como a maior de todas as revoluções. )
Para além destas indicações, percebe-se que o autor levou a cabo uma pesquisa intensiva, pelo o que as informações sobre o sagrado e o profano são aqui copiosas e cheias de mistérios por desvendar.
Neste nosso espaço - de leitores e leitoras - nada melhor do que um livro sobre o poder e o encanto da escrita.
"O Criador de Letras", Pedro Foyos, Ed. Hespéria, Lisboa, Fevereiro, 2009

Sem comentários: