Ler os Clássicos no Sítio Certo
Das18:15 às 20:00H
Informações/Inscrições: Museu Nacional de Arqueologia, a/c Adília Antunes. Telefone: 213620000 - E-mail: mnarq.gamna@imc-ip.pt
14 Março, 2013 – Como reaprender a amar. Com OVÍDIO – "A Arte de Amar" – Ed. Cotovia - e com PLATÃO – "O Banquete", Edições 70
4 Abril, 2013 – Como dar valor ao pensamento filosófico no sentido de melhorar a vida, com EPICURO – "Cartas, Máximas e Sentenças", Ed. Sílabo.
2 Maio, 2013 – Como perder a paciência quando está em causa a res publica. Com CÍCERO – "As Catilinárias", Edições 70
6 Junho, 2013 _ Como celebrar as vitórias com PÍNDARO – "Odes", Ed. Quetzal, 2010
3 Outubro, 2013 – Como rir – o “melhor remédio” em tempos de crise – com ARISTÓFANES – “As Aves” – Edições 70.
7 Novembro, 2013 – Como honrar os mortos e cumprir os rituais sagrados com SÓFOCLES – "Antígona", Ed. Húmus
5 Dezembro, 2013 – Como revelar toda a sabedoria acumulada em relação à condição humana. Com SÉNECA – "Cartas a Lucílio” – Ed. Calouste Gulbenkian.
Em data a anunciar oportunamente: “Como Situar a Cultura Clássica na nossa Era” - com MARGUERITE YOURCENAR e “Memórias de Adriano”.
Há quem defenda que não existe melhor remédio para o cérebro do que a leitura dos Clássicos. Mas quantas pessoas estarão dispostas, nos dias de hoje, a empreender uma viagem – perigosa, aventurosa e exaltante – ao passado mais recôndito, às raízes da nossa Cultura e da nossa Civilização? Ao revisitar esta epopeia milenar, será possível penetrar nas ideias, acompanhar a vivência e extrair ensinamentos dos nossos remotos antepassados, desses que estabeleceram as bases de toda uma forma de imaginar, de amar, de venerar, de sentir e de agir?
Haverá melhor lugar do que o Museu de Arqueologia de Lisboa para servir de cenário para esta nobre demanda? Ao apreciar devidamente os vestígios deixados por homens e mulheres que nos precederam é possível supor que existe uma forte possibilidade de transpor o fosso que nos separa dos Antigos. Constatamos sem dificuldade que, tal como nós e como outros seres humanos de todos os tempos, eles celebraram a vida, exaltaram os seus heróis e heroínas, veneraram os seus deuses, choraram e honraram os seus mortos e expressaram todas as emoções que nos são familiares, como o amor, a saudade, a amizade, a compaixão, a compreensão, a sabedoria, a raiva, a inimizade, a vingança, a dor, a descrença e a fúria. Não será difícil constatar que (quase) tudo é fruto da herança greco-romana: tragédia, comédia, lirismo, invocações, admoestações, imprecações, indicações, conselhos, preceitos, regras e maldições. (E note-se que apenas cerca de 10% do total de obras desse período chegou até nós.)
Ao longo destes meses, através de leituras e troca de ideias, tentaremos entrever e apreciar uma ínfima parte dessa sabedoria, à medida que levamos a cabo este périplo pelo universo da cultura mediterrânica, essa mesma que começou com Homero e emergiu pontualmente em génios como Shakespeare, Camões e Cervantes, para mencionar apenas três dos seus mais distintos discípulos.
Não se trata aqui de um “curso”, de um estudo aturado e académico da Antiguidade Clássica, dos seus autores, artistas, poetas, filósofos, generais, políticos. Trata-se, isso sim, de um convite à discussão para uma hipotética (e não definitiva) resposta à questão: estaremos, ainda, ligados às ideias e ao imaginário greco-latino? Sentiremos a sua influência directa, no nosso quotidiano? As nossas leis, os nossos deveres cívicos, os nossos hábitos, o nosso gosto pela vida – contrariado permanentemente pela “culpa “ cristã – estarão ligados a essa herança? Ou, pelo contrário, já pouco resta do esplendor solar dos Antigos gregos e romanos, revelado apenas e tão só em esparsas notas de rodapé e reduzido a umas tantas citações pomposas e fora de contexto?
Com o progressivo afastamento do estudo das chamadas Humanidades dos curricula das escolas, talvez seja a altura de o revivificarmos, revisitando e honrando este precioso legado.
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