sábado, 19 de janeiro de 2013

Comunidades de Leitores CULTURGEST, Lisboa

Já começou a nova temporada da Comunidade de Leitores  na Culturgest, em Lisboa. A primeira sessão, na passada quinta-feira, foi muito concorrida e, como sempre, participativa e animada. Juntaram-se ao grupo novos membros e a discussão decorreu com enorme vivacidade e grande interesse.
Aqui fica o PROGRAMA completo:

COMUNIDADE LEITORES
CULTURGEST
Janeiro – Março, 2013

Scott Fitzgerald e Ernest Hemingway: para onde foi a “geração perdida”? 

Década de 1920: chamaram-lhe a “era do Jazz”, a “idade de ouro”, os “loucos anos vinte”. Depois do trauma da Iª Grande Guerra, a Europa e os Estados Unidos pareciam ter recuperado o fôlego. Faziam-se fortunas de um dia para o outro, o champanhe corria a rodos e as festas não tinham fim. Francis Scott Fitzgerald e Ernest Hemingway, amigos e rivais, participaram activamente nesse tempo  em que Wall Street se misturava com a Côte d’Azur, a Arte com a alta finança. Scott e Ernest rapidamente se destacaram pela sua forma de estar e pela originalidade da sua escrita. Figuras actuantes no torvelinho do mundo, as suas acidentadas vidas tornaram-se matéria literária, explorada e revisitada, o que lhes valeu um lugar incontestado no panteão da literatura americana e mundial. Muito diferentes entre si, embora cúmplices no álcool e nas angústias existenciais, transpuseram para as respectivas obras os excessos, os traumas e a energia maníaca desses tempos conturbados. Nos seus romances e contos escalpelizaram a primeira metade do século XX, com todo o seu cortejo de guerras e banquetes, riqueza obscena e pobreza incalculável. Em Paris, ocuparam lugar cativo na grande revolução artística que juntou, principalmente em torno de Gertrude Stein, escritores, músicos, bailarinos, coreógrafos, pintores, estrelas de cinema, figuras da sociedade e da alta finança, ansiosos por participarem, a todo o custo, no (aparentemente) interminável banquete orgiástico que terminou abruptamente com a IIª Grande Guerra. 
É possível avançar com a ideia estereotipada de que Fitzgerald foi o rapaz bonito, tímido, sensível, inseguro e terno que escreveu sobre os confrontos mortalmente nefastos entre cônjuges e amantes e Hemingway foi o valente espalha-brasas, determinado, mulherengo e histriónico que escreveu sobre a guerra, a acção, a caça e as aventuras amorosas? Sim e não. Através das suas obras é possível detectar as contradições e incongruências, as falhas e oscilações das suas vidas, dedicadas à escrita e à intensa experiência existencial, mas atravessadas por tragédias e desregramentos.
Nesta altura em que a famosa “crise” mundial parece reflectir os grandes embates históricos do século XX, vale a pena reler as obras destes dois últimos românticos que estabeleceram os alicerces para uma literatura que moldou e marcou as gerações seguintes.

17 Janeiro, - Belos e Malditos - F. Scot Fitzgerald

31 Janeiro, - O Adeus às Armas – Ernest Hemingway

14 Fevereiro, - Paris é Uma Festa - Ernest Hemingway

28 Fevereiro - Terna é a Noite - F. Scot Fitzgerald

7 Março - O Sol Nasce Sempre - Ernest Hemingway

21 Março - O Último Magnate - F. Scot Fitzgerald

Nota: deixa-se ao critério dos participantes, a escolha das respectivas edições.

Sem comentários: