segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Marguerite Yourcenar


Estamos a ler Marguerite Yourcenar. Não resisto a mencionar outros Zenão, anteriores ao protagonista de "A Obra ao Negro":
Zenão de Citium, filósofo grego, fundador da Escola Estóica. Ensinou em Atenas nos anos 300 a. C. . Baseando-se nas ideias morais dos Cínicos, o Estoicismo colocava grande ênfase na bondade e na paz de espírito que seriam alcançadas através de uma vida de virtude e em concordância com a Natureza.
Zenão de Eléia (hoje em Itália), filósofo grego, terá nascido cerca de 490-485 a. C., e desafiou os conceitos de movimento e de tempo através de quatro paradoxos que criaram uma certa agitação, ainda hoje visível. As teorias do movimento estão intimamente relacionadas com as teorias sobre a natureza do espaço e do tempo. Na Antiguidade, foram defendidas duas perspectivas opostas: a hipótese do Uno, defendida por Parménides (n. 515-510 a.C.), e a dos seus adversários, que defendiam o pluralismo.Zenão era discípulo de Parménides e tentou fazer com que os seus adversários caíssem em contradição. De facto, Zenão mostrou que examinando a questão a fundo se obtêm consequências mais absurdas partindo da hipótese da pluralidade do que da hipótese do Uno.As hipóteses contra as quais Zenão dirigiu o seu talento destrutivo foram principalmente a da pluralidade e a do movimento, que eram indiscutivelmente aceites por todos, salvo pelos próprios Eleatas.

sábado, 26 de setembro de 2009

E, agora, vamos ler "A Obra ao Negro" de Marguerite Yourcenar

O tempo foi escasso para a discussão sobre "A Costa dos Murmúrios" de Lídia Jorge. Dissecámos o seu olhar nada romantizado nem complacente sobre a Guerra, a noção de prisão- os vários compartimentos, do Stella Maris (uma espécie de colmeia) à casa de Helena, dos contentores na praia ao Moulin Rouge - o sentido da desumanização e do caos, o poder da hierarquia militar ( e o porquê dessa força), o lado anti-épico do romance, os ritos iniciáticos, o percurso de descoberta pessoal de Evita/Eva Lobo, a cicatriz de Forza Leal e o seu simbolismo, a tarefa de Helena - abrir a caixa de Pândora - o significado de um conflito que teve três nomes : Guerra Colonial, Gurra da Libertação e Guerra de África, consoante os lados assumidos. E conversámos ainda, longamente, sobre a magnificência da escrita, a desconstrução da narrativa, a forma como os odores e as cores se infiltram na mente do leitor, etc. Discutimos mais : a Ilíada e a "glória" dos guerreiros, Penélope e os Ulisses deste mundo, a necessidade (ou não) da Guerra, a violência inata - discussão: seremos todos capazes de matar e de cometer atrocidades e em que circunstâncias - a situação das mulheres na segunda metade do século XX, a ambiguidade e complexidade de África, a descoberta do "outro", o racismo, o imperialismo. Não esgotámos os temas, muito mais ficou por dizer.
A seguir vamos mergulhar noutro século tão complexo e "acelerado" como o século XX, com "A Obra ao Negro" de Marguerite Yourcennar. Preparem-se que vai ser duro.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Comunidade Leitores


É já amanhã.

Começa mais uma Comunidade de Leitores na Culturgest. Que saudades tenho das minhas companheiras e dos meus companheiros de leituras! Dos meus amigos e amigas! Das nossas discussões e conversas! Daquele tempo que se prolonga, mesmo depois do fim... É já amanhã: às 18:30 naquela sala confortável da Culturgest.

O livro que iremos discutir é "A Costa dos Murmúrios" de Lídia Jorge, Ed. Dom Quixote. O tema, se bem se lembram, é "Confrontos, Guerras, Escaramuças" . Amanhã, falaremos da Guerra Colonial. Ou seja, da "Guerra da Libertação" ou "Guerra de África".
A releitura do livro de Lídia Jorge confirmou a minha opinião de que este é um dos mais importantes e bem escritos sobre este tema - não só a "nossa" guerra mas todas as guerras. Porque mostra como tudo se altera, das relações pessoais à paisagem, das culturas de povos ao estado psicológico (individual e colectivo).
Através de personagens bem marcadas e de uma descrição de ambientes soberba, Lídia Jorge provoca-nos, confronta-nos e questiona-nos.
Amanhã, faremos isso mesmo.
Leituras complementares:
"Os Cus de Judas", "Memória de Elefante" e "D'este Viver Aqui Neste Papel Descripto - Cartas de Guerra" - António Lobo Antunes, Ed. Dom Quixote (Guerra Colonial)Há muito mais obras sobre o tema da Guerra Colonial. Aqui ficam, apenas, umas sugestões.
"O Regresso do Soldado"- Rebecca West, Ed Relógio D'Água ( 1º Grande Guerra -´Stress pós-traumático)
"Perto da Felicidade" Richard Yates , Ed. Quetzal ( o que se passa na América nos anos 40 entre duas Guerras, já perto da Segunda. O que sentem os protagonistas nesse estado de antecipação. A frustração de quem não combate.
Para os leitores de Língua Inglesa : Poesia de Wilfred Owen e de Siegfried Sasson os grandes poetas dos horrores das trincheiras durante a 1ª Grande Guerra.

sábado, 19 de setembro de 2009

Quem quer ir a Londres?


A Vingança de Moctezuma: O Museu Britânico recupera o esplendor do Império Azteca com uma grande exposição dedicada ao seu último grande líder, aproveitando para suscitar o debate historiográfico com novas hipóteses relativas à sua vida e à sua morte. A Exposição 'Moctezuma: soberano azteca' poderá ser vista na capital britânica entre os dias 24 de Setembro, 2009 e 24 de Fevereiro, 2010.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

John Keats - o filme

"Bright Star": Ben Whishaw as the Romantic poet John Keats and Abbie Cornish as his beloved, Fanny Brawne
Estreia hoje, em Nova Iorque, "Bright Star", o novo filme de Jane Campion sobre a vida e a paixão de John Keats, o poeta romântico que é mais conhecido pela sua "Ode to a Nightingale" ( 1819) . O New York Times dá-lhe nota bem positiva. Através do filme é possível que Keats volte a ser recitado e lido por todos.

Lembram-se que Scott Fitzgerald foi buscar a essa Ode o título de um dos seus livros mais famosos?

tender is the night,
And haply the Queen-Moon is on her throne,
Cluster’d around by all her starry Fays;
But here there is no light,
Save what from heaven is with the breezes blown
Through verdurous glooms and winding mossy ways
( lines 35 a 40)

domingo, 13 de setembro de 2009

A LISTA do Booker


Wolf Hall, Hilary Mantel (Fourth Estate) 4/5
The life and times of Henry VIII's marriage-fixer, Thomas Cromwell.
"A beautiful and profoundly humane book... Mantel is one of our bravest as well as most brilliant writers." (Olivia Laing, Observer)
The Little Stranger, Sarah Waters (Little, Brown) 4/1
Supernatural goings-on in rural Warwickshire, 1948.
"Full of sly fun and lovely comic observation." (Robert McCrum, Observer)
Summertime, JM Coetzee(Harvill Secker) 6/1
The final volume in two-time Booker winner Coetzee's trilogy of fictionalised memoir.
"Compelling, funny, moving and full of life." (Thomas Jones, Observer)
The Children's Book, AS Byatt(Chatto & Windus) 8/1
A sprawling family epic. "Contains magnificent things, but turns into a history lesson." (Adam Mars-Jones, Observer)
The Quickening Maze, Adam Foulds(Jonathan Cape) 16/1
The madness of poet John Clare.
"A dazzling historical reconstruction... bewitching sense of place." (Olivia Laing, Observer)
The Glass Room, Simon Mawer(Little, Brown) 10/1
Czech high culture and the Holocaust.
"A rare thing: popular historical fiction with integrity." (Ian Sansom, Guardian)
• Odds by William Hill

Vera Mantero




















Como sabem, não concebo a Literatura sem uma relação estreita e activa com todas as outras formas de arte e pensamento. E gosto muito de Dança. Por isso convido-vos a seguir com atenção o trabalho da coreógrafa e bailarina VERA MANTERO. (Tão boa e com tanta importância como a Pina Baush, diga-se.)
Vai ser em Coimbra mas, depois, será em Lisboa.
Dança, exposições, conferência, vídeo, formação RESIDÊNCIA ARTÍSTICA VERA MANTERO - 15 a 19 de Setembro
A ESCOLA DA NOITE TEATRO DA CERCA DE SÃO BERNARDO (TCSB) COIMBRA
Vera Mantero é a segunda convidada do TCSB para uma residência artística. O Prémio Gulbenkian, com que recentemente foi distinguida, veio apenas reforçar o que já todos sabíamos: a enorme importância do seu trabalho para a dança portuguesa contemporânea. Como é objectivo destas residências, a sua passagem por Coimbra não se esgota na simples apresentação de um espectáculo. Ao longo de uma semana, o público poderá assistir a quatro solos, a um concerto, uma exposição, a dois filmes e a uma conferência, bem como mergulhar num centro de documentação temporário sobre o seu percurso. Para o público escolar, de todos os graus de ensino, estão reservadas sessões especiais, um atelier e um workshop de nove horas, graças às parcerias estabelecidas entre A Escola da Noite e o Curso de Estudos Artísticos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e o Centro de Artes Visuais.
Vejam esta fotografia deslumbrante. Há mais...

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Graça Pereira Coutinho




A Graça Pereira Coutinho é uma das artistas mais interessantes que eu conheço e, caso raro entre criadores, gosta de trabalhar com outras pessoas. Esta exposição vai ser importante e muito interessante


Marquem nas vossas agendas:


Inaugura no próximo dia 8 de Outubro de 2009, a quarta exposição organizada e produzida pelo grupo Laboratório, no Pavilhão 28 do Hospital Júlio de Matos, em Lisboa.Laboratório #4 - "WAY OUT", congrega um grupo de artistas nacionais e internacionais que dentro de uma linguagem contemporânea e experimental trabalham o conceito espaço. Anne Bean, Beatriz Horta Correia, Branca Lagarto, Francisco Clode Sousa, Graça Pereira Coutinho, Isabel Botelho, Maria Ibrahim, Maria Pia Oliveira, Marta Wengorovius, MML, Ninna Sobell,Paula Paour, Paulo Pires do Vale, Pepe Buitrago, Sacht Hoyt, Sara Antónia Matos, Sofia Castro, Trevor Lloyd Morgan, Virgínia Fróis e Walter Barros.O Pavilhão 28, antiga enfermaria psiquiátrica do Hospital Júlio de Matos é uma estrutura arquitectónica demarcada por simetria e um local de forte carga simbólica, que influenciou o trabalhos dos artistas em torno da ideia de Saída - Way Out. Mantendo a sua linguagem idiossincrática, os artistas problematizam cada divisão do edifício, dando-o a ver sob um corpo conjunto de obras que permite interrogar não apenas o seccionamento rígido do desenho arquitectónico como, sobretudo, as suas zonas de permeabilidade, encontro e atravessamento.A partir das condicionantes físicas do edifício e das marcas que restam da sua utilização original, ensaiam-se relações da arquitectura com as obras, delimitam-se percursos, exploram ideias de fuga ou enclausuramento e ainda ressonâncias sonoras e visuais. Deste modo, encontramos projectos que vão do vídeo à instalação, passando pelo desenho, som, escultura, fotografia e outras formas de registo.


EXPOSIÇÃO PATENTE ATÉ 7 de Novembro de 20092.ª a 6.ª feira 10h00-17h00 Sábado 15h00-20h00Pavilhão 28, Centro Hospitalar Júlio de Matos, Av. do Brasil, 53 – Lisboa

PARA MAIS INFORMAÇÕES: GPC@HOTMAIL.CO.UK ou SOFYABOX@SAPO.PT

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Último livro de Sofia Marrecos Ferreira

"O Sangue da Terra" da Sofia Marrecos Ferreira, editado pela Porto Editora. Já li, gostei muito e vou apresentar este livro no próximo dia 15 de Setembro na belíssima Casa do Alentejo, em Lisboa. Venham juntar-se a nós às 18:30.