sábado, 6 de junho de 2009

A Exposição "Homenagem e Esquecimento" em Évora



De regresso do Alentejo, depois da sessão com o meu livro em Évora - uma apresentação perfeita, inteligente, bem disposta e perspicaz de Cláudia Sousa Pereira que deu direito a perguntas da assembleia e muita conversa - depois de ver bons amigos, de dormir, comer e beber maravilhosamente, não quero deixar de vos aconselhar uma exposição que se encontra, também em Évora, na Fundação Eugénio de Almeida.
Tem como (belo) título "Homenagem e Esquecimento" e é comissariada por Leonor Nazaré, em parceria com a Fundação Calouste Gulbenkian.
Inaugurou a 4 de Junho - exactamente à mesma hora da apresentação do meu livro - mas tive tempo de ver a exposição "antes" e de estar um pouco com a minha amiga Graça Pereira Coutinho, cuja obra prezo muitíssimo.
A exposição tem peças lindíssimas e a ideia é muito interessante, com o tema do esquecimento a dominar. Esquecemos por defesa natural ou por indiferença? Pelo peso dos anos, pela passagem do tempo ou por egoísmo? Ao exercer a prática da homenagem - privada ou pública, silenciosa ou estridente - lutamos contra a perda de memória, contra a queda no buraco negro do olvido.
Estes artistas, nas suas respectivas obras - escultura, pintura, fotografia e gravura - marcam, cravam, deixam vestígios das suas memórias, da sua passagem pelo mundo. Os 16 artistas escolhidos são : João Cutileiro, Henry Moore, José Pedro Croft, Noronha da Costa, Daniel Blaufuks, Ana Vieira, Canto da Maia, Almada Negreiros, Gaëtan, Fernando Lemos, Maria Beatriz, Rui Sanches, João Onofre, Cabrita Reis e Alexandre Estrela e Graça Pereira Coutinho.
Para mim, as mais belas obras expostas são as de Graça Pereira Coutinho, José Pedro Croft, Gaëtan, Rui Sanches, Pedro Cabrita Reis, talvez porque as conheça bem e reveja aqui, mais uma vez, a intrínseca qualidade que têm mantido ao longo de décadas e o chamamento profundo que provocam. Mas todas as obras são interessantes e merecem mais do que uma visita.
Não se esqueçam, a Fundação Eugénio de Almeida é em Évora, muito perto da Biblioteca e do Templo de Diana.

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