Estamos a terminar duas Comunidades de Leitores - uma na Culturgest, outra na Biblioteca de Évora. O tema foi :
Linguagem Literária e Linguagem Pictórica
1ª Sessão – O Retrato de Dorian Gray, Oscar Wilde, Ed. Dom Quixote
2ª Sessão – A Ronda da Noite, Agustina Bessa Luís, Guimarães Editores
3ª Sessão – Retrato do Artista Quando Jovem, James Joyce, Ed. Difel
4ª Sessão – Golpe de Mestre, Michael Frayan, Ed. Asa
5ª Sessão – Possessão, Antonia S. Byatt, Sextante Editora
6ª Sessão – Rapariga com Brinco de Pérola, Tracy Chevalier, Ed. Quetzal
“Toda a Arte é imoral“, como disse Oscar Wilde? Ou será uma “amante ciumenta” como afirmou Ralph Waldo Emerson? Exigirá a “supressão do eu” como escreveu melancolicamente Henry James? Ou fará desaparecer tudo o que é desagradável, por estabelecer “a relação perfeita entre a verdade e a beleza”, na opinião optimista do poeta John Keats?
Uma vez que escrever é uma Arte e que outras artes são atravessadas pela Literatura, o que acontecerá quando acontece esta auspiciosa fusão?
Ao longo da leitura destas obras tentaremos descobrir a forma como, tanto através da escrita como através da pintura ou do desenho, os artistas nos “contam histórias”, oferecendo pistas, enigmas e ilusão, à medida que se desvendam a si próprios e nos facultam a chave para a compreensão da sua arte e do seu tempo.
Com Wilde exploraremos o poder da representação narcísica ( Dorian Gray passou a ser nome de síndrome) e com Joyce a mestria de um exercício de auto - conhecimento. Com Agustina, Frayan e Chevalier exploraremos a época de ouro da pintura flamenga dos séculos XVI e XVII e as grandes transformações sociais dessa época. Breugel e o seu dramático tempo, quando os Países Baixos lutavam contra a coroa espanhola, é o centro do delirante livro de Frayan, enquanto Rembrandt é o de Agustina e Vermeer o de Tracy Chevalier. Quanto à obra de Byatt, embora trate essencialmente da poesia vitoriana, está indissoluvelmente ligada ao movimento artístico pré-rafaelita de (entre outros) Dante Gabriel Rossetti.
As “pontes” - mas também as cisões - entre a linguagem literária e a linguagem pictórica serão o pretexto para as nossas leituras.
© Helena Vasconcelos
Falta-nos apenas uma sessão, a que é dedicada a Tracy Chevalier. Depois, faremos um intervalo, até finais de Janeiro.
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