Hoje, dia de Comunidade de Leitores na Culturgest, Lisboa. Vamos discutir "NUNCA ME DEIXES" de Kazuo Ishiguro. Uma história sombria que levanta questões éticas no campo da investigação científica. Tudo servido por uma linguagem com os condimentos líricos próprios deste autor inglês de origem japonesa. Politicamente é um romance que é, também, uma alegoria ao totalitarismo: Hailsham é uma "sociedade ideal" onde vivem "pessoas especiais" - mimadas, protegidas – mas que não podem escapar ao futuro para eles traçado. A “ordem” é imposta, o futuro das pessoas está traçado e o pior é que, todos (quase todos) estão “conformados” e aceitam o que os espera. A perfeita imagem de um distopia, portanto… É, ainda, uma reflexão sobre a morte ou antes, o "completar de um ciclo" seja para as personagens do livro - clones doadores de órgãos - ou para todos nós. Logo veremos a que conclusões poderemos chegar - ou não. Será um livro sobre o hipotético poder do amor, sobre o medo da solidão, sobre a discussão em torno da existência da "alma"? As hipóteses são inúmeras. Leituras Complementares: "Admirável Mundo Novo" de Aldous Huxley (1931) "1984" de George Orwell (1949) "Do Androids Dream of Electric Sheep?" de Philip K. Dick (1968) - deu origem ao filme Blade Runner. Para explorar a ideia de “distopias” : ler Roland Barthes em “Sade, Fourier e Loiola”. A eterna ideia de construção de um “sistema” perfeito, sexual, social, religioso.
quinta-feira, 31 de março de 2011
quinta-feira, 17 de março de 2011
Tenho recebido mensagens de pessoas a perguntarem onde acontecem estas Comunidades de Leitores. Há dez anos que lidero dois blocos de 6 sessões cada, na Culturgest, em Lisboa, Portugal - um no princípio do ano e outro depois do Verão. A programação, além de ser colocada aqui no blogue, está disponível no site da CULTURGEST - www.culturgest.pt - que tem um programa cultural extraordinário.
Podem, também, ler o que escrevo na revista on-line Storm-Magazine - www.storm-magazine.com
Obrigada pelo vosso interesse.
Podem, também, ler o que escrevo na revista on-line Storm-Magazine - www.storm-magazine.com
Obrigada pelo vosso interesse.
Hoje recomeçam as sessões da Comunidade de Leitores na Culturgest. O livro desta tarde - 18:30, Lisboa - é "A Boa Vida" de Jay Mcinerney. A obra já estava escolhida há muito mas causa-me um certo arrepio a coincidência de tratar um tema que está muito presente (vidé a situação no Japão): a forma como as pessoas mudam (ou não) a sua maneira de sentir, de viver, de estar, depois de uma catástrofe. Seja por causas naturais (terramotos), seja por intervenção humana (ataques de 11 de Setembro em Nova Iorque), será que os sobreviventes podem retomar as suas vidas no "ponto onde as deixaram"?
Esta é uma das múltiplas questões levantadas neste romance elegíaco, bem à maneira de Scott Fitzgerald, um autor que McInerney reconhece como seu mestre desde o já distante "Brigh Lights, Big City". Na edição portuguesa, na página 148, está escrito: “A festa acabou. É altura de partir. Não tínhamos dito isso em 1987? Que a festa tinha acabado?”
Sim, parece que a "festa" - essa extravaganza dos anos oitenta que agora nos custa tanto a "pagar" - acabou mesmo.
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