
Hoje, dia de Comunidade de Leitores na Culturgest, Lisboa. Vamos discutir "NUNCA ME DEIXES" de Kazuo Ishiguro. Uma história sombria que levanta questões éticas no campo da investigação científica. Tudo servido por uma linguagem com os condimentos líricos próprios deste autor inglês de origem japonesa. Politicamente é um romance que é, também, uma alegoria ao totalitarismo: Hailsham é uma "sociedade ideal" onde vivem "pessoas especiais" - mimadas, protegidas – mas que não podem escapar ao futuro para eles traçado. A “ordem” é imposta, o futuro das pessoas está traçado e o pior é que, todos (quase todos) estão “conformados” e aceitam o que os espera. A perfeita imagem de um distopia, portanto… É, ainda, uma reflexão sobre a morte ou antes, o "completar de um ciclo" seja para as personagens do livro - clones doadores de órgãos - ou para todos nós. Logo veremos a que conclusões poderemos chegar - ou não. Será um livro sobre o hipotético poder do amor, sobre o medo da solidão, sobre a discussão em torno da existência da "alma"? As hipóteses são inúmeras. Leituras Complementares: "Admirável Mundo Novo" de Aldous Huxley (1931) "1984" de George Orwell (1949) "Do Androids Dream of Electric Sheep?" de Philip K. Dick (1968) - deu origem ao filme Blade Runner. Para explorar a ideia de “distopias” : ler Roland Barthes em “Sade, Fourier e Loiola”. A eterna ideia de construção de um “sistema” perfeito, sexual, social, religioso.