Já me chamaram a atenção por andar tão preguiçosa em relação ao blog. Por isso, aqui fica a indicação dos livros com os quais nos iremos deliciar na próxima Comunidade de Leitores na Culturgest, em Lisboa.
Uma Comunidade dedicada ao tema do AMOR com início a 21 de Janeiro, 2010. Sempre às 18:30 h
* Inscrições até 15 de Janeiro (limite 40 pessoas) na bilheteira da Culturgest, pelo telf. 21 7905155, pelo fax 21 7905154 ou pelo e-mail
culturgest.bilheteira@cgd.pt.)
Informações 21 790 51 55
culturgest.bilheteira@cgd.pt Imagem : Detalhe de "O Rapto de Proserpina" de Gian Lorenzo Bernini, 1621-22
O que é o Amor? Perguntem a quem vive o que é a vida ; perguntem a quem adora o que é Deus? in Sobre o Amor, Percy ShelleyO Amor, tal como o entendemos no mundo ocidental, só apareceu na nossa cultura a partir do século XI, na forma do celebrado “amor cortês”. É o que propõe Denis de Rougemont no clássico O Amor e o Ocidente, partindo do mito de Tristão e Isolda. Secundado, mais drasticamente, pelo autor católico C.S. Lewis em A Alegoria do Amor (1936) e por outros pensadores, Rougemont conjuga todas as formas do verbo amar, do amor-paixão ao amor-gosto, do amor físico ao amor-vaidade, passando pelos inúmeros autores que, em Poesia, Romance ou Teatro – para não falar do discurso filosófico – continuam indefinidamente a recriar o sentimento amoroso. Mas o que fazer de textos anteriores como "Fedro" de Platão, como os fragmentos de poemas inflamados de Safo ou como a obra de Ovídio, tão profundamente ligada à celebração do Amor? Sabemos que a influência dos grandes pares míticos – Tristão e Isolda, Heloísa e Abelardo, Romeu e Julieta, Dante e Beatriz, Dom Quixote e Dulcineia – ou de grandes amorosos como Don Juan, Casanova ou Sade, se faz sentir até aos dias de hoje. Os maiores poetas de todos os tempos – Shakespeare e Camões, por exemplo – foram, também, grandes amantes e o Amor nunca abandonou o curso existencial do ser humano: tem estado presente em batalhas e revoluções, em arroubos místicos e carnais, faz o papel de Musa e serve de álibi para actos reprováveis. Nos nossos dias, teóricos como Allan Bloom e, mais recentemente, Christina Nehring – que, no seu apaixonado Uma Reivindicação do Amor para o século XXI, se rebela contra o que lhe parece um desinteresse por esse sentimento, abafado por uma cultura consumista e imediatista – têm continuado a analisar os grandes textos da Literatura amorosa. Para deslindar este longo e tortuoso percurso – do mito à apropriação burguesa, do sentimento romântico ao materialismo do século XX – esta Comunidade de Leitores irá debruçar-se sobre alguns dos clássicos do género.
Helena Vasconcelos
Qui 21 de Janeiro -
Romeu e Julieta, William Shakespeare, Ed. Europa-América
Qui 4 de Fevereiro -
As Ligações Perigosas, Choderlos de Laclos, Ed. Relógio D’Água
Qui 18 de Fevereiro -
O Vermelho e o Negro, Stendhal, Livraria Clássica Editora
Qui 4 de Março-
Werther, Johann Wolfgang von Goethe, Guimarães Editores
Ter 16 de Março -
O Fardo do Amor, Ian McEwan, Ed. Gradiva
Qui 1 de Abril -
O Amor nos Tempos da Cólera, Gabriel Garcia Marquez, Ed. Dom Quixote