quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Para a semana é tempo de AGUSTINA


NOTA DE IMPRENSA:

De 26 a 31 de Outubro têm lugar na FNAC – Chiado, em Lisboa, 4 conversas sobre 4 grandes temas do universo de Agustina Bessa-Luís, com a presença de personalidades destacadas da nossa vida cultural. Modera as sessões “Agustina na FNAC” a crítica literária Helena Vasconcelos.
Agustina é uma das grandes e renovadas revelações da literatura portuguesa dos últimos cinquenta anos – e a sua assombrosa frescura torna-se cada vez mais evidente. São os novos públicos que a vão, de novo, descobrindo – e que, nessa descoberta, a vão tornando a revelar. Objecto de um verdadeiro culto académico, Agustina é o contrário do academismo. Irreverente, desconcertante, irrepetível, corrosiva, bem-humorada, é uma escritora do nosso tempo para o nosso tempo.
Esta inicitaiva da FNAC Portugal, com o apoio da Guimarães Editores, integra-se no projecto “ADN – Agustina Desígnio Nacional”, um ciclo de iniciativas que visa celebrar a autora e consagrá-la como um dos maiores escritores vivos de língua portuguesa. A Associação da FNAC a este projecto é mais um sinal da actualidade e vitalidade desta escritora intemporal.
Informação também disponível em HTTP://CULTURA.FNAC.PT
Rui Morais e Castro
Guimarães Editores

PROGRAMA : AGUSTINA NA FNAC (Chiado – Lisboa)

Moderadora : Helena Vasconcelos (crítica literária)

ENTRADA LIVRE

SEG. 26 OUT. - 18h30

I. As Artes de Agustina

§ Graça Morais
§ João Botelho
§ Mónica Baldaque

TER. 27 OUT. • 18h30

II. Os Homens e as Mulheres em Agustina

§ Inês Pedrosa
§ Francisco José Viegas
§ Patrícia Reis

QUA. 28 OUT. • 18h30

III. Agustina e as Relações de Poder

§ Lídia Jorge
§ Filipa Melo
§ Miguel Real

SAB. 31 OUT. • 19h00

IV. Os Aforismos de Agustina

§ Pedro Mexia
§ José Manuel dos Santos
§ Maria Helena Padrão

AGUSTINA NA FNAC

Quantos mundos cabem no universo de Agustina? A escritora criou uma galáxia de personagens e lugares, de emoções e sensações, de ímpetos e desejos que a tornam única e, evidentemente, imprescindível para a compreensão da nossa identidade e da nossa cultura. Agustina arrasta-nos pelas paisagens férteis do Douro, pelas ruas e traseiras dos prédios do Porto, pelas salas, corredores e recantos das casas rurais ou citadinas, acompanhando homens e mulheres, fortes e fracos, fiéis e desleais, a braços com o tumulto do mundo. Agustina, com os seus 87 anos bem vividos, detentora de inúmeros Prémios, autora de uma obra vastíssima, exploradora de todas as formas de comunicação, vai ser falada e discutida na FNAC.. Nunca é demais celebrar Agustina.

I - As Artes de Agustina
Realizadores de cinema como Manoel de Oliveira e João Botelho compreenderam bem o potencial das luxuriantes descrições das paisagens – interiores e exteriores – da vida dos objectos que abundam nos seus livros. Mas se Agustina “dá a ver” através da escrita, ela é, também, uma observadora curiosa e atenta. A sua cumplicidade com Maria Helena Vieira da Silva ficou registada em “Longos Dias Têm Cem Anos” e o fascínio por Rembrandt deu origem a “A Ronda da Noite” com o seu inquietante mistério.

II - Homens e Mulheres em Agustina
A sua galeria de personagens masculinas e femininas – a que se deve acrescentar a de alguns animais emblemáticos – rivaliza com as de Camilo Castelo Branco e Eça de Queirós. É através das suas figuras femininas e masculinas, de todas as idades, que Agustina define um sistema de valores que rege um universo aparentemente rígido. Mas a força imanente e telúrica do lado feminino e o exercício da vontade do lado masculino estabelecem um desequilíbrio constante e perigoso.

III - Agustina e as Relações de Poder
Em Agustina, nada é pacífico. Por essa razão não admira que a busca e exercício do poder seja um dos temas mais constantes da sua obra. E, uma vez que o poder se adquire através da luta, há inúmeras batalhas nos seus livros. Daí também o fascínio por figuras da política, como o Marquês de Pombal (em “Sebastião José”) e como Francisco de Sá Carneiro (em “Os Meninos de Oiro”) . Ela sabe bem como os seres humanos atravessam a vida esgrimindo agilmente todas as possibilidades de dominação.

IV - Os Aforismos de Agustina
A leitura dos aforismos de Agustina transforma-se numa resolução de charadas. Mais do que provérbios, ditados ou sentenças em torno de temas que vão do amor à morte, do desejo às virtudes, do sofrimento à felicidade, estas frases lacónicas e cortantes, aproximam-se da reflexão filosófica e fazem as vezes de revelações ditas por um oráculo esclarecido e visionário. Um aforismo pode ser sibilino, luminoso, pacífico ou escandaloso. Agustina dá-nos a provar o sabor de todos eles.
Helena Vasconcelos