segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Regresso a casa



Estou de volta, depois de andanças pela Galiza e pelas Serras do interior. É bom chegar a casa e estar frente ao computador, a escrever. Quero contar-vos que levei muitos livros para ler mas só um - que tinha atirado para o saco, "de reserva" - se revelou apaixonante. É este, "A Obsessão do Fogo", uma espécie de conversa a três vozes entre Umberto Eco, Jean-Claude Carrière e o entrevistador ( que fala pouco).Podemos ouvi-los a falar de livros, mais e mais livros, escritores, memória e tempo. O que é o livro? Qual a importância dos que ficaram e dos que desapareceram ? Como fazer uma espécie de história da literatura do não escrito ? Como sobreviverá o livro? ( Para sempre, dizem, uma vez que o livro é como a roda, depois de inventados nunca houve nada melhor que os suplantasse.) Recomendo vivamente esta obra - é provocatória, reveladora, erudita sem ser hermética, viva e inteligente.
A edição é da Difel, Lisboa, e não vos conto mais nada porque vão ter grandes surpresas.

domingo, 16 de agosto de 2009

J.M. Coetzee de novo



J.M. Coetzee é um dos meus autores favoritos. É raro escrever algo desinteressante ou fraco - embora já tenha acontecido. Já mandei vir o seu último livro que está incluído na "long-list" do Booker Prize e, dizem, é um dos favoritos. (Parece-me um pouco excessivo que ele ganhe o Booker pela 3ª vez, mas tudo pode acontecer!!!)
Chama-se "Summertime" é uma narrativa (auto) biográfica, ou mais precisamente, uma biografia ficcionada, e completa - ou acrescenta algo - aos anteriores "Boyhood" e "Youth". Narra a história de um jovem escritor que pesquisa arduamente elementos para o seu livro: uma biografia do já falecido John Coetzee. É durante essa investigação que conhece pessoas relacionadas com o alvo do seu trabalho e recria atmosferas e emoções.
Não posso adiantar muito mas dir-vos-ei algo mais quando o ler.

A edição é da Harvill Secker e estará nas livrarias a 3 de Setembro deste ano (2009)

terça-feira, 11 de agosto de 2009

What is Stephen Harper Reading?




O autor canadiano que venceu o Booker Prize de 2002 com o bizarro e delicioso livro "A Vida de Pi", vai publicar em Setembro deste ano(2009) uma nova obra. Chama-se "What is Stephen Harper Reading?" e consiste no resultado de um "work in progress" do autor. Como medida de protesto pela diminuição orçamental para a Cultural no seu País, Martel começou - desde 16 de Abril de 2007, de quinze em quinze dias - a enviar cartas, recomendações e livros (Jane Austen, Gabriel Garcia Marquez, Dostoiévsky, etc., ao primeiro-ministro Stephen Harper que parece ser um modelo de "stillness", de acordo com Martel. A correspondência só contém uma carta de resposta do "premier" e todas as de Martel. Não li, ainda, nem sei o que sairá daqui. Mas gostei muito do Yann Martel quando ele esteve em Lisboa e apresentei "A Vida de Pi" na Feira do Livro de Lisboa. Não resisto a por aqui uma das fotografias, tiradas por um bom amigo.

Tudo para que leiam "A Vida de Pi", a história de um menino e de um tigre, à deriva no oceano.


segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Dennis Lehane


Soube, através do Facebook que está para sair o filme "Shutter Island" do autor americano (Boston) Dennis Lehane. É um dos meus escritores favoritos de thrillers - lembram-se de Mystic River e de Gone, Baby Gone ? - e um grande escritor tout court, inventivo, violento, capaz de criar uma boa trama. Se quiserem ler o que escrevi para o Rol de Livros da Fundação Calouste Gulbenkian, sobre Shutter Island - uma história de fazer arrepiar a espinha - vão a http://www.leitura.gulbenkian.pt/index.php?area=rol&task=view&id=29560

Aconselho a leitura viciante de Lehane. Para além de Stieg Larson e de Robert Wilson - thrillers com ideias - não vejo quem se lhe possa comparar. Talvez a Patricia Highsmith nos seus melhores momentos.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Thomas Pynchon


Saiu hoje mesmo. É um novo livro do bizarro, popish, Thomas Pynchon, intitulado “Inherent Vice”, da Penguin Press. De acordo com o crítico do NY Times, Michiko Kakutani é : "... a big, clunky time machine of a novel that transports us back to the early 1970s, back to a California of surfers and surf bunnies, bikers and biker chicks, hippies, freaks and righteous potheads. It was a time when people lived for Acapulco gold and Panama red and lived on pizza and Hostess Twinkies, a time when girls wore their hair long and their skirts short, guys wore paisley and velour and suede, and people were constantly monitoring their paranoia levels and worrying about narcs and cops and the feds."

De fazer crescer água na boca aos fãs de outras obras de Pynchon como "The Crying of Lot 49" “Gravity’s Rainbow”, “V.” ou “Mason & Dixon”. Mais uma torrencial descrição do universo em que pontificava Bob Dylan, com resquícios de Jack Kerouac.